Mais luz para Amazônia vai demandar maior integração com comunidades locais

Mais luz para Amazônia vai demandar maior integração com comunidades locais

Aposta do governo para universalização da eletricidade na Amazônia Legal, a expansão da geração fotovoltaica para atender aos sistemas isolados ainda esbarra em dois fatores que elevam custos: logística e profissionais locais qualificados.

“Quando a gente olha para as regiões remotas dos sistemas isolados da Amazônia Legal, percebe que nesses locais as atividades de operação e manutenção envolvem uma complexidade muito maior”, explica Carlota Aquino, coordenadora executiva do Idec.

É nesse contexto que o setor privado passa a ver a comunidade desempenhando um papel mais ativo na operação e manutenção dos sistemas.

“Tanto a história nacional de eletrificação, quanto as experiências internacionais explicitam o impacto positivo da inclusão da comunidade nesse processo. E ela tende a mostrar, em contrapartida, os riscos quando há sua exclusão”, completa Carlota.

A questão foi discutida nesta terça (29) durante o webinar Eletrificação em regiões remotas da Amazônia Legal promovido pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Instituído em fevereiro de 2020 pelo governo federal, o Programa Mais Luz para a Amazônia (MLA) propõe levar energia limpa e renovável a 70 mil famílias que vivem em áreas remotas, com recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

O mercado, por sua vez, dá sinais de força.

Os estados da Amazônia Legal experimentaram um salto de 169% no último ano na quantidade de consumidores com sistemas de micro ou minigeração distribuída. Superou o crescimento nacional de 111%.

Nos oito estados que compõem a região, mais de 53 mil consumidores estavam conectados a sistemas de mini e microgeração distribuída em 2020, ante 19,7 mil em 2019 — a maior parte no uso residencial, que representa 43% do consumo, segundo dados da Aneel.

Para 2022, a meta é atender pouco mais de 19 mil unidades consumidoras e o orçamento da CDE previsto é de R$ 423 milhões.

São comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas sem acesso às redes de distribuição convencionais.

Embora aproveitem a alta incidência solar da região, os painéis fotovoltaicos precisam de uma rotina de manutenção.

“O trabalho de manutenção precisa ser rotineiro e cotidiano, apesar de, muitas vezes, ser invisível para os usuários”, comenta Emilie Etienne, pesquisadora da Universidade de Grenoble, na França.

Segundo a especialista, a vida dos produtos solares é muito curta – de dez a vinte anos – e a falta de manutenção reduz ainda mais o tempo de operação desses sistemas.

E trouxe dados da América Latina e África para demonstrar o desafio.

Na Bolívia, por exemplo, 90% dos sistemas fotovoltaicos instalados há quatro anos ou mais estão fora de operação. No Peru, 34% dos sistemas fora da rede são relatados como inoperantes.

Já no Quênia, 20% dos produtos solares param de funcionar 18 meses após a compra. Em Madagascar, as taxas de desconexão chegam a 50% em algumas mini-redes.

No tema da qualificação, Emilie destaca a importância de incluir a comunidade local.

“Um exemplo é o programa das Mães Solares [no México], onde se capacitaram as mulheres, que são as pessoas que mais ficam na comunidade”.

Qualificar profissionalmente a população local para operar os equipamentos é uma saída para mitigar o custo final dos atendimentos das distribuidoras de energia.

“Muitas vezes, esses serviços relacionados aos sistemas fotovoltaicos podem ser serviços pequenos, fáceis de resolver, não precisa deslocar uma equipe grande. Ter gente local, treinada, capacitada para rapidamente ir ao local e verificar o problema é a melhor alternativa”, diz Job Figueiredo, assessor de Projetos Regulatórios da Energisa.

O grupo Energisa está dando seus primeiros passos na instalação de sistemas fotovoltaicos em áreas remotas.

A companhia de distribuição espera encerrar 2021 com 933 atendimentos nos estados do Acre, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. E chegar a 2026 com um total de 30,7 mil famílias atendidas.

Os projetos devem se basear em outras experiências da Energisa de universalização.

“No Pantanal, vamos fazer um atendimento para famílias que estão em uma situação muito parecida com a da Amazônia Legal. É uma região que tem grandes restrições ambientais, não tem como levar a rede convencional”

Com investimentos da ordem de R$ 134 milhões, as instalações começaram em agosto, e as soluções combinam sistemas fotovoltaico, baterias, inversores e eficiência energética nas residências.

O projeto faz parte do Programa Luz Para Todos.

“Foram contratados 210 colaboradores para instalação dos sistemas. 80% desses trabalhadores são locais. Além disso, a expectativa é que 20 profissionais fiquem permanentemente alocados para operação e manutenção dos equipamentos”, conta Job.

Fonte: EPBR

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Rede Energia e Comunidades enviou carta ao ministro de Minas e Energia avaliando o Programa Mais Luz para a Amazônia

Rede Energia e Comunidades enviou carta ao ministro de Minas e Energia avaliando o Programa Mais Luz para a Amazônia

Rede Energia e Comunidades enviou carta ao ministro de Minas e Energia avaliando o Programa Mais Luz para a Amazônia

Organizações do terceiro setor, que realizaram a I Feira e Simpósio Energia e Comunidades – soluções energéticas para comunidades da Amazônia, enviaram uma carta ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, avaliando o Decreto 10.221 que “Institui o Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica na Amazônia Legal – Mais Luz para a Amazônia”. Segundo a carta, a iniciativa é relevante, principalmente, porque fornecer energia é uma obrigação do Estado e o fim da exclusão energética vai contribuir para o sucesso de outras políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Fonte: Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA)
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Fontes Renováveis na Amazônia e a Lei de Energias Renováveis do estado do Amazonas

Fontes Renováveis na Amazônia e a Lei de Energias Renováveis do estado do Amazonas

No décimo episódio do programa #AAmazoniaAnda o assunto é energia renovável. As fontes de energia renováveis são recursos naturais considerados inesgotáveis e usados para geração de energia elétrica.

 Neste programa, vamos conhecer a nova lei que estimula o uso de fontes de energia renováveis no estado do Amazonas e de como isso representa um marco para o setor no Brasil. Vamos explicar como o uso de fontes de energia limpa, como a solar fotovoltaica e a biomassa, impactam na economia e no meio ambiente.  

Além de encontrar  esses conteúdos aqui no youtube, você também pode encontrar na íntegra nos canais de TV:

Manaus/AM:  (44.1)
Porto Velho/RO: (22)
Rio Branco/AC: (31)
Macapá/AP: (29)
Boa Vista/RR: (23) 
Belém e Ananindeua / PA: RM Cabo (Tv por assinatura)

Além de mais de 50 municípios pela região norte do Brasil.

Fonte: amazonsat

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Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre projetos para universalização no acesso à energia elétrica na Amazônia Legal

Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre projetos para universalização no acesso à energia elétrica na Amazônia Legal

Seminário (virtual) – 26/05/2021
Tema: Debate sobre PL nº 4.248/2020 – Acesso à energia elétrica na Amazônia. 
Local: Anexo II, Plenário 12. 
Início: 26/05/2021 às 13h00. 

A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados promove nesta quarta-feira (26) um seminário para discutir o Projeto de Lei 4248/20, que determina que, até 2023, todos os municípios da Amazônia Legal deverão contar com acesso à energia elétrica.

O debate foi proposto pelo deputado Airton Faleiro (PT-PA), autor do projeto, com apoio da deputada Vivi Reis (Psol-PA). Os parlamentares pretendem acelerar a tramitação da proposta.

Confira a programação:

Abertura

– autor do PL 4248/20, deputado Airton Faleiro;
– relator do PL 4248/20, deputado  José Ricardo (PT-AM);
– diretor do Departamento de Políticas Públicas e Universalização do Acesso à Energia do Ministério de Minas e Energia, Paulo Gonçalves Cerqueira;
– representante da Rede Energia & Comunidades, Alessandra Mathyas.

Painel 1 – PL 4248/20: acesso emergencial à política de universalização no contexto da Covid-19
– assessor técnico da Liderança do Partido dos Trabalhadores Telton Corrêa.

 

Painel 2 – Reflexos da Covid-19 em comunidades sem acesso à energia
– representante do Projeto com Saúde Alegria sem Corona, na região da Resex Tapajós/Arapions e terras indígenas, Caetano Scanavino;
– Marcelo Martins, que vai falar sobre a mitigação dos efeitos da Covid-19 nas terras indígenas do Xingu que trabalham com sistemas de energia renovável distribuída.

 

Painel 3 – Programa Mais Luz para a Amazônia: reestruturação para atender a emergência sanitária
– representante do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Munir Soares;
– diretor do Departamento de Políticas Públicas e Universalização do Acesso à Energia do Ministério de Minas e Energia, Paulo Gonçalves Cerqueira;
– representante da Distribuidora Equatorial Energia Pará Giorgiana Freitas Pinheiro;
– representante da Distribuidora Energisa Job de Figueiredo Silvério Alves.

Da Redação – CL
Fonte: Agência Câmara de Notícias

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O potencial da energia renovável de geração distribuída na Amazônia (entrevista em programa de TV do Acre

O potencial da energia renovável de geração distribuída na Amazônia (entrevista em programa de TV do Acre

Há muitas fontes de energia renovável pouco usadas na Amazônia. A mandioca é uma delas

Assista o vídeo

Exibido em 25 jan 2022
Fonte: Jornal do Acre – Globo Play

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